quinta-feira, setembro 21, 2006

Um ano de morte


Pois bem. Ao exercício da escrita, sem tanta inspiração ou vontade. Somente como em uma redação onde se tenta evitar os erros gramaticais.

Há um ano voltei da França. Desde então tenho me deparado com experiências cheias de sensação de morte. Marie (minha esposa) continuou por lá enquanto eu iniciava o trabalho no novo emprego e ajeitava o apartamento para sua chegada e do bebê que esperávamos.
Marie veio só. E no grande apartamento que aluguei um dos quartos está vazio até hoje. E tudo foi tão rápido, desde minha união com Marie até carregar a dor do filho perdido. Tudo se passou assim, muito derepente.

Quando Marie chegou, já estava enfiado no trabalho. Levando porradas de todo lado e tentando manter o ganha pão, em processo de engorda, até ganhar vinte quilos em um ano. Em casa, em vez de descanso, os biscates. Nada de prazer. Somente trabalho. E contas a pagar. Doze meses de aluguel, condomínio, uma casa inteira a mobiliar, dívidas a quitar.

Ontem a médica, depois de olhar a bateria de exames, diagnosticou depressão, início de hipertensão e início de cirrose; tudo causado por má alimentação e estresse. Remédios que somam quase duzentos reais.

Ter chegado vivo até aqui e sem dever nada pra ninguém já me deixa muito feliz. Em algum lugar deste blog eu disse anteriormente que o que nos mata é nossa própria vida e que tudo só faz sentido quando se vive para o outro.

É, é isso mesmo.